Escrever é abrir um parêntesis na rotina, rasgar o cinzento dos dias e deixar entrar cores que nem sabíamos que existiam. É o sonho que comanda a vida, é a chama que nos guia quando tudo parece igual. Preciso desse sonho para comandar o meu viver, como quem precisa de ar para respirar.
Escrever é mergulhar de repente na irrealidade, ganhar asas e voar sem pedir licença. É sentir a brisa suave do final do dia a libertar o espírito e a sossegar o corpo. É olhar para o céu e ver o baile animado das andorinhas, como se fossem mensageiras de mundos paralelos, cenários surrealistas, miragens que nos chamam para longe daqui.
Não paro para pensar, não penso em parar. Só quero voar. Explodir de raiva, estremecer de prazer, sentir tudo ao máximo. Que importa? Só quero sonhar. Só quero viver.
Porque escrever é isso: é transformar o banal em extraordinário, é dar corpo ao invisível, é partilhar pedaços de alma que, quando lidos, já não são só nossos. São de todos. E é nessa partilha que a magia acontece.

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