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A esperança nasce dos fragmentos

Nas margens do meu rio, bebi sombras e silêncio. Olhei os peixes a dançar nas correntes e perguntei: “Qual é o truque da vida eterna?” Eles riram, devolveram-me caretas sarcásticas. E eu percebi: até o infinito tem prazo de validade.
Nas margens do meu rio, tentei levantar voo. Asas partidas, penas negras a cair no chão. Fiquei nu, sem esperança. Mas a coragem apareceu: crua, gigante. Colei pedaço a pedaço, devagar. E entendi: há coisas que só acontecem porque têm de acontecer.
Nas margens do meu rio, bebi a força das pedras. Pisei firme, uma após outra. O medo agarrou-me, quase me derrubou. Mas aí pousou um anjo. Beijou-me a alma, lá no fundo. E sussurrou: “Tudo depende de ti.”


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