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Quando eu partir

Quando eu partir, não prendas as saudades ao peito. Atira-as ao mar, sem medo. Deixa que flutuem nas ondas, mesmo quando souberem a desgosto. Se as lágrimas teimarem em nascer, respira fundo e limpa o rosto: há coragem em quem sente.
Semeia memórias nos prados discretos do teu coração. Guarda os pequenos instantes, as conversas esquecidas, o riso que ficou entre portas. Além disso, permite que o vento te guie, ele sabe o caminho das emoções que ainda não nomeaste.
Se as mágoas pesarem mais do que o dia, vai cedo ao mar da saudade. Mergulha sem pressa, como quem confia. Que as ondas te afastem dos pesadelos; serão as minhas mãos, silenciosas, a afagar-te os cabelos com ternura.
Não aprisiones os teus sonhos. Deixa-os correr livres, sem temor, sem remorso, sem esse peso que paralisa. Por outro lado, lembra-te: o que fomos não se perde, transforma-se em luz discreta nos teus passos.
Por isso, quando eu morrer, não me guardes em silêncio. Lança as saudades ao mar e segue com elegância, com alma, com a serenidade de quem ama. Porque o amor, quando é verdadeiro, aprende a continuar.


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