Filipe de Luar

Às vezes, a vida parece um palco de ilusões. Tudo se dissolve como névoa: nada é sólido, nada é certo. É sonho? É fantasia?
Pergunto-me se não será apenas a minha mente a inventar cenários, ou se vivo numa realidade mascarada de ficção. Estarei desperto ou apenas a sonhar de olhos abertos? E se, no meio desta confusão, for eu o único realmente acordado?
A fronteira é tão frágil que quase se desfaz. Não sei distinguir o sono da vigília, o real do imaginado. E nessa dúvida, interrogo-me: será possível ser feliz assim, suspenso entre dois mundos?
A vida é feita de incertezas. O sonho, o sono, a imaginação, tudo se mistura e, paradoxalmente, dessa mistura nasce uma certa pureza.
E se a morte não for o fim, mas o verdadeiro despertar? Se esta existência não passar de um longo sonho, do qual só acordamos no último suspiro? Talvez passemos a vida inteira a sonhar… e, quando o sonho termina, já não reste nada para imaginar.

• Filipe de Luar