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Como ser feliz com pouco

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Hoje sou feliz. Às vezes é por instantes, um clarão que atravessa a rotina, mas é verdadeiro porque amo a vida e o que faço. Deixo‑me ir, levado pelos pensamentos e pelo vento, e vagueio sem pressa, sem ansiedade, sem sobressaltos.
Sinto‑me bem comigo próprio; não preciso de bens materiais nem de tocar em objectos para ser inteiro. Concentro‑me no espírito, no bom e no mau, no alegre e no triste, em tudo o que a vida me dá e aí encontro a minha plenitude. Além disso, aceito os erros como lições e não como cadeias que me conduzam ao medo, à opressão ou ao desencanto.
Não me prendo, não me reprimo; recuso a corrida vazia do ter em detrimento do ser. Por outro lado, reconheço a fragilidade: há momentos em que preciso da tua mão, do teu colo, desse contacto que restabelece o entusiasmo fugaz e nos faz perder a razão de forma boa.
Erro, levanto‑me e volto a caminhar. Rejeito tentações de procurar desenfreadamente o possuir; prefiro alimentar o espírito, a paz interior e a autenticidade. Entrego‑me sem controlar, sem estrangular a minha natureza, permitindo que o fluxo da vida me molde.
Às vezes a felicidade chega descontraída, à maneira dos dias de juventude; outras vezes assume‑se com a elegância calma de quem já aprendeu a pesar o essencial. Em qualquer tom, quero que seja leve, sentido e concreto, uma mão que aperta, um vento que arrasta folhas, uma luz que nos atravessa.
Deixo‑me ir. E deixo‑me ir sabendo que ser feliz é também aceitar a tristeza, o encontro, o abraço e a lição. É escrever a vida com alma, partilhar o que toca e guardar o que cura.

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