Só a terra onde piso conhece o peso dos meus passos e por quanto tempo os suportará. Só o céu que me abriga guarda o silêncio do meu abrigo e sabe até quando me acolherá. Eu sou o único que ignora o prazo desta caminhada; caminho sem mapa, contado apenas por passos. Andarei entre chão e firmamento, entre raízes e vento, até a morte me espreitar como sombra ao entardecer.
A terra sente-me sob os pés: húmus, pedra, memória; nela deixarei raízes que seguram e lembram. O céu cobre-me como um cobertor largo de azul e luz; nele encontro morada e abrigo para a alma. Vou andar entre o chão que me prende e o azul que me chama, ora firme, ora leve, até a hora derradeira.
Fico na terra com raízes profundas. Moro no céu com a leveza de quem sabe habitar dois mundos.
A terra guarda a história dos meus passos; o céu guarda a duração do meu abrigo. Eu não sei quanto tempo ficarei aqui; sei apenas que o meu caminho se faz a cada passo. Entre o solo e o firmamento sigo, até que a morte levante o seu olhar e transforme o caminhar em memória.
Raízes na terra; morada no céu.

Anúncios
Raízes e céu
Anúncios
Anúncios
Deixe um comentário