Filipe de Luar

No silêncio da vida, adormeci. O tempo passava, e eu esperava, esperava pelo momento certo para sonhar. Todos os dias eram uma luta contra o relógio, uma batalha invisível entre o querer e o poder. A mente cansada, o corpo lento, e a esperança… quase esquecida.
A tristeza não deixava dormir. A insónia era uma sombra constante, pesada, cruel. As lágrimas, escondidas, apertavam o peito. Uma dor profunda, sem nome, sem explicação; apenas sentida.
Mas o descanso chegou. Como quem oferece paz depois de uma longa guerra, o sono trouxe alívio. A história, antes desmotivada e sem cor, começou a ganhar contornos de luz. O coração, que já não sabia amar, começou a lembrar-se do que era sentir.
O medo de sofrer, de perder o rumo, dissipou-se. Foi-se embora como uma brisa suave, sem fazer barulho. E nesse silêncio, nasceu a esperança. Renasceu o desejo de sonhar, não só à noite, mas também de olhos abertos.

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