O tempo manifesta-se em camadas. Há um ritmo interno que não depende da velocidade, mas da continuidade. A raiz, invisível à superfície, estabelece uma relação com o solo: absorve, sustenta, transforma.
Mesmo na ausência de luz direta, há movimento. A sombra não é ausência, mas parte do processo. Tudo se reorganiza: formas esboçam-se, possibilidades emergem.
O vento não é obstáculo, é estímulo. A estrutura responde com flexibilidade, ajusta-se sem perder identidade. Cada estação imprime uma tonalidade, uma textura, uma memória.
O silêncio não é vazio, é espaço de escuta. Permite que os sinais subtis se revelem: o canto, o aroma, o gesto. A verticalidade não é imposição, é consequência de um impulso interno.
O outono marca uma transição. O inverno não é fim, mas pausa. A primavera pode não chegar, mas a ligação à origem permanece.
Mesmo quando tudo parece cessar, há continuidade. A raiz, ainda que imóvel, guarda o potencial. A morte não é ruptura, é parte do ciclo.

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