Sonho é motor. É gasolina para a alma, é aquele empurrão invisível que nos faz correr mesmo quando o chão desaparece debaixo dos pés. É olhar para a dor e dizer: “não és tu que mandas em mim”. Sonhar é viver inteiro, sem metades, sem adiamentos. É agarrar o agora como quem agarra uma onda: ou a surfa, ou a deixa passar.
Não quero pontes que me obriguem a atravessar obstáculos passo a passo. Quero asas. Asas para saltar de cidade em cidade, de mundo em mundo, sem pedir licença. Não quero só uma rua iluminada, quero o mapa todo. Não quero apenas uma mão estendida, quero o abraço inteiro, o corpo inteiro, a entrega sem reservas.
Vivemos num tempo em que há mais sono do que sonho. Gente que respira, mas não vive. E é por isso que é urgente acordar. É preciso voar, rebentar paredes, rasgar muros, queimar pontes que nos prendem ao mesmo lugar. É preciso agarrar o céu com as duas mãos, tocar nas nuvens como quem toca num segredo, sentir o vento a cortar a pele e lembrar: estamos vivos.
Ser inteiro, mesmo quando imperfeito. Ser quebrado, mesmo quando sozinho. Porque das cinzas nasce sempre uma nova chama. Como a fénix, renasço em cada queda. E no sonho mantenho-me vivo. Vivo até o dia nascer. Vivo porque sonhar é resistir. E resistir é existir.
E se o mundo insiste em adormecer, eu insisto em sonhar mais alto. Porque quem sonha não foge: cria. Quem sonha não espera: faz. E quem sonha, mesmo partido, mesmo cansado, é sempre maior do que o medo.

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Sonhar é resistir
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