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Quando a saudade pesa

Era uma tarde cinzenta, pesada de silêncio. No meu refúgio solitário, o eco da tua ausência apertava o peito. O tempo arrastava-se, as horas esticavam-se como elásticos gastos, e os minutos recusavam-se a passar. Nem as aves cortavam o céu, nem a brisa ousava soprar.
Do outro lado dos vidros, a rua dormia vazia. O amor? Perdido, sem paradeiro. Nesta solidão crua, nem uma memória me visita. Só o céu, baço e melancólico, e um sonho que nunca chegou a nascer. Tudo, tudo me fala de ti.
Sinto-me como folha caída, sem vento que me leve, sem asas que me salvem. Perco-me neste labirinto sem saída, onde nada se revela, onde tudo se esconde. Tu és o espinho disfarçado entre pétalas: belo, mas traiçoeiro. Eu? Um coração distraído, seduzido pela tua ilusão.
Mas amanhã, quando a alvorada se erguer e o sol rasgar o horizonte, um novo dia há de florescer. A tristeza há de esvair-se, como nevoeiro ao toque do calor. Um mundo novo vai renascer.
E eu espero. Ontem. Hoje. E amanhã.

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