Anúncios
Anúncios

Maureen Duffy e o prémio que dá voz às escritoras esquecidas: porque nunca é tarde para reconhecer talento

A literatura é feita de memórias, de histórias que resistem ao tempo e de vozes que se recusam a calar. Mas nem sempre os prémios literários acompanham essa persistência. Muitas vezes, é a juventude que capta os holofotes, enquanto escritoras com décadas de carreira acabam relegadas para segundo plano.
Foi para contrariar esta tendência que nasceu o RSL Pioneer Prize, um novo prémio britânico criado por Bernardine Evaristo, vencedora do Booker Prize, para distinguir escritoras com mais de 60 anos que abriram caminho para outras. E a primeira vencedora não podia ser mais simbólica: Maureen Duffy, 91 anos, autora e ativista britânica que nunca deixou de escrever nem de lutar por causas sociais.

Quem é Maureen Duffy?
Maureen Duffy construiu uma carreira longa e multifacetada: publicou romances, poesia, teatro e ensaios, além de ser uma das primeiras vozes assumidamente LGBTQ+ na literatura britânica. Para muitos, foi uma autora que ousou quebrar barreiras numa época em que a ousadia tinha um preço elevado.
Ao receber o prémio, Duffy não foi apenas celebrada pela sua obra, mas também pelo legado que deixou aberto para as gerações seguintes. Um exemplo vivo de que a literatura é resistência e de que a idade nunca diminui a relevância de uma voz literária.

Porquê este prémio é tão importante

  • Reconhecimento tardio mas necessário
    Quantas escritoras foram ignoradas no auge da carreira apenas por não encaixarem nos modelos do mercado editorial?
  • Valorização da experiência
    A escrita de décadas traz maturidade, profundidade e visão histórica. Ignorá-la é desperdiçar riqueza literária.
  • Inspiração global
    Este prémio mostra que nunca é tarde para ser reconhecida — uma mensagem poderosa tanto para autoras como para leitores.

O que isto diz sobre nós
Se o Reino Unido deu este passo, por que não pensar em algo semelhante em Portugal ou no espaço lusófono?
Temos escritoras com carreiras ricas, mas muitas vezes pouco visíveis fora de círculos académicos. A criação de um prémio semelhante poderia dar novo fôlego à literatura portuguesa, aproximando autoras maduras do público contemporâneo.

Um convite ao leitor
A vitória de Maureen Duffy não é apenas uma notícia internacional. É também um espelho para nós: como tratamos as nossas escritoras mais velhas? Que nomes esquecemos nas estantes? Que vozes poderíamos revisitar e valorizar?

Conclusão
O RSL Pioneer Prize não é apenas sobre Duffy. É sobre todas as escritoras que nunca desistiram, que continuam a escrever longe das modas passageiras, que provam que a literatura é uma maratona e não uma corrida de velocidade.
Partilha este artigo, fala sobre isto, sugere nomes. Porque nunca é tarde para dar luz a quem sempre escreveu na sombra.


Deixe um comentário