Filipe de Luar

A praia é o meu refúgio. O sol sorri, o mar beija a areia e, ali, tudo parece possível. O cheiro a sal, o som das ondas, a areia a provocar arrepios nos pés… é o cenário perfeito para desligar do mundo e ligar-me a ti.
Hoje o dia estava quente, a pedir mar. Calções, t-shirt, chinelos… toalha debaixo do braço. Só me faltavas tu. E eras tudo o que eu precisava.
Tu, com aquele biquíni novo que parece ter nascido para o teu corpo, vestido branco transparente por cima, chapéu de sol na mão… e um sorriso que me desmonta. Fomos para a nossa praia secreta, longe de olhares. Montámos o “acampamento”, protegemos a pele com protetor solar e o resto da história começou aí.
Hoje a leitura era outra. Tu eras o meu livro e eu o teu. Li-te com os olhos, com as mãos, com a boca. Cada página, cada linha, cada curva tua. Beijos que ardiam, mãos que exploravam, palavras que nem precisavam de ser ditas.
O biquíni ficou esquecido na areia. A pele dourada sob o sol, o corpo quente contra o meu… e o mar como testemunha. Movíamo-nos como ondas, encontrávamo-nos como marés, até perder a noção do tempo.
No fim, deitámo-nos na areia, exaustos e felizes. A água levou o sal do corpo, mas deixou-nos esse sabor doce na pele e na memória.
Eu amo a praia. Amo-te na praia. Amo-te em qualquer lugar.
Porque quando estou contigo… o resto do mundo deixa de importar.

• Filipe de Luar