Há momentos em que a presença de alguém provoca reações difíceis de explicar. Um simples olhar desperta uma agitação interna, uma espécie de desequilíbrio entre o corpo e a mente. O ritmo cardíaco acelera, os pensamentos dispersam-se, e as emoções manifestam-se em gestos involuntários, como um sorriso ou um arrepio inesperado.
É uma sensação que se repete com o tempo, como um ciclo que não se esgota. A presença constante dessa pessoa transforma o ambiente e altera o modo como tudo é percecionado. Há uma vontade de comunicar, de partilhar o que se sente, mas as palavras parecem sempre insuficientes. Fica apenas o silêncio, carregado de intenções não ditas.
O sentimento que emerge é profundo, difícil de rotular. Está para além da lógica e da razão, e habita um espaço onde os significados convencionais já não chegam. É uma espécie de plenitude rara, um sentido de completude que poucos conseguem provocar.
Mesmo sem palavras, existe uma linguagem subtil feita de gestos, de olhares, de silêncios. Cada aproximação traz consigo uma sensação de segurança e equilíbrio. A ausência, por outro lado, faz emergir uma espécie de vazio, como se a luz se apagasse temporariamente.
No meio desse contraste, reside a certeza: há presenças que se tornam faróis, âncoras e caminhos.

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