Beijo-te com o pensamento, nesses instantes em que o desejo fala mais alto e tudo o que imagino é ter-te perto. Há toques que ficam na pele, rastos que se desenham nos sentidos, vontades que crescem só de imaginar o sabor da tua boca.
Tocar-te arrepia-me. Ver-te acalma-me. Ter-te por perto dá-me paz. Mas diz-me… posso mesmo tocar-te, beijar-te, sem travões nem medos? Prometo não congelar o momento.
Não falo de um beijo qualquer. Falo de um beijo inteiro, daqueles que dizem tudo o que as palavras nunca conseguiram explicar. Um beijo com tudo: intensidade, verdade, silêncio e som. Um beijo que não se apaga da memória.
Tal como na arte, há beijos que são abstratos, outros bem reais. Uns são leves, outros intensos. Uns passam, outros ficam. Há quem goste de formas indefinidas, mas eu gosto da arte que mostra o mundo como ele é: cru, vivo, bonito. Prefiro o realismo ao disfarce, prefiro o beijo com alma ao gesto vazio.
Beijar também é uma forma de arte. Por isso, se for para beijar…
Que seja com vontade, com verdade e com tudo o que temos cá dentro.
- Filipe Miguel

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