Hoje, o sol despertou e, ao subir no céu, trouxe algo de ti. Cada raio parecia sussurrar o teu nome, como se o próprio dia se lembrasse de ti. O aroma que ficou no ar, aquele que jurei guardar, chegou até mim, e senti como se fosse um abraço que me envolvia, suave e quente. O vento, como um amigo fiel, parecia entender a saudade que guardo, e levou-me a um lugar onde a tua presença era quase tangível, mesmo estando tão distante.
Fechei os olhos, e por um momento, o tempo parou. As memórias surgiram, nítidas, como se o passado fosse agora. Lembrei-me do teu olhar, aquele olhar que dizia tudo, mais do que palavras alguma vez conseguiriam. O meu coração disparou, como se voltasse a sentir o que já vivi contigo. Fiquei ali, a deixar-me levar pela sensação de que, mesmo sem palavras, tudo o que eu queria dizer estava no ar.
Atraído por uma força invisível, aproximei-me. Toquei o teu peito e, naquele instante, o meu coração bateu no mesmo ritmo que o teu. Era como se, por um segundo, o mundo parasse e os nossos corpos se encontrassem numa harmonia perfeita. Senti que nada mais importava, só nós, naquele momento, tão próximos, tão ligados.
Sem pensar, entreguei-me a ti, sem medo. Mostrei-te quem sou, os meus segredos, os meus medos, tudo. Não havia mais barreiras. Só existia aquele desejo de ser um, de sermos um só.
Agora, quando fecho os olhos e volto aos momentos que partilhámos, sinto-te aqui, perto de mim. O teu sorriso, o toque das tuas mãos, a tua voz, tudo está guardado dentro de mim, como se ainda estivesses a meu lado. E, mesmo com a distância, sei que o que sentimos nunca irá desaparecer. O nosso amor é algo que o tempo não consegue apagar.
Cada lembrança é uma prova de que, apesar de tudo, estamos sempre ligados, não importa o que aconteça.
- Filipe Miguel

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