Há anjos que, apesar de não terem asas visíveis, voam incessantemente ao nosso redor. Há até uns que, à luz da lua, parecem ter asas feitas de algodão-doce, tão suaves e etéreas que se misturam com a claridade prateada do luar.
Esses anjos cuidam de nós sem que muitas vezes nos apercebamos, oferecendo-nos luz, calor e uma sensação de imensidão que nos acalma. O seu perfume lembra o alecrim e a madressilva, como se fossem uma fonte inesgotável de inspiração. Quando estamos à beira de uma queda, eles estão lá, estendendo as suas mãos delicadas para nos amparar. Protegem o nosso coração sem pedir nada em troca, oferecendo conselhos sábios e palavras cheias de bênção.
Um dia, espero poder criar asas para eles, tecidas com finos fios de seda e cetim, bordadas com sonhos e esperanças, refletidos nos olhos curiosos de cada criança e nas flores de cada jardim.
Os meus anjos não são visíveis aos meus olhos, mas estão sempre ao meu lado. Sempre que preciso, são o meu porto de abrigo. Estes anjos acompanham-me dia e noite, envolvendo-me com a mesma maresia que enche o ar à beira-mar.
Talvez um dia eu tenha a oportunidade de lhes agradecer por tudo o que fazem por mim, mesmo sem pedir nada em troca.
- Filipe Miguel
Filipe de Luar 
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