Perdi-me nas ondas do mar, como se estivesse a flutuar sem rumo, sem direção. As correntes puxavam-me para todos os lados, e eu deixava-me levar, até que, de repente, te encontrei. No momento em que te vi, perdi-me de novo, mas desta vez em ti. Senti que tinha finalmente chegado a casa.
Tu eras o meu porto seguro, o abrigo que eu tanto procurava. Nos teus braços, sentia-me protegido de todas as tempestades da vida. Cada abraço teu afastava qualquer desventura, como se nada mais no mundo pudesse tocar-me. E assim, partilhámos noites que pareciam eternas, noites de amor puro, onde o prazer era absoluto, e a loucura, doce e envolvente, fazia-nos esquecer de tudo o resto. Nessas noites, éramos um só.
Bebia da tua sede, sentia o teu desejo como se fosse o meu, e saciava a tua fome de forma instintiva, como se fosse a minha própria necessidade. O meu corpo era o caminho que percorrias, e ao seguir por ele, parecia que te guiava diretamente para a felicidade. Parávamos o tempo, tantas vezes, sem nunca hesitar. Nos nossos momentos, não havia pressa, não havia o amanhã. Vivíamos cada segundo com intensidade, com amor e paixão, como se o mundo à nossa volta deixasse de existir.
E agora, enquanto olho para trás, percebo que as ondas que me perderam no mar, acabaram por me levar até ti. Encontrei-me no teu amor e, ao mesmo tempo, perdi-me, mas de uma forma que não quero nunca me reencontrar.
- Filipe Miguel

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