Amei-te, à minha maneira. Talvez tenha sido um amor desajeitado, pouco cuidado, mas não duvides que foi sentido, profundo, e genuinamente apaixonado.
Amei-te com a alma exposta ao luar, com a primeira luz do dia a cada acordar, e com o coração a vibrar a cada amanhecer. Quando via o Sol nascer, era por ti que ele brilhava, e a cada onda que se desfazia no mar, levava consigo um pedaço do meu amor por ti. Amei-te na serenidade do entardecer, quando o céu se tingia de cores suaves, como se o próprio universo partilhasse da minha devoção por ti.
Amei-te com a pureza de uma criança, com a liberdade do voo de uma ave, e com o desejo ardente de um corpo que anseia por outro. Cada palavra que te dedicava, mesmo sem rima, carregava a doçura de quem escreve com o coração nas mãos. Nas pétalas das flores que pintavam a primavera com as suas cores e aromas, ali estava o meu amor, espalhado pela brisa que talvez tenhas sentido sem nunca te aperceberes.
Amei-te em cada segundo da minha vida, mesmo sem teres dado um segundo da tua para me conheceres verdadeiramente. Amei-te em silêncio, à distância, sem esperar nada em troca, sem compromissos a honrar, mas com uma intensidade que só quem ama sozinho conhece.
Para ti, fui apenas uma sombra, um desconhecido que um dia cruzou o teu olhar, talvez sem que o notasses. Mas eu, eu amei-te na mais pura plenitude, na intensidade que só o verdadeiro amor pode alcançar, mesmo que tenha sido apenas eu, sozinho, a sentir tudo isso.
- Filipe Miguel

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