Anúncios
Anúncios

O Encontro com as Palavras

Nunca soube como escrever poemas de amor. Cada vez que pegava numa caneta, as palavras pareciam-me estranhas, desalinhadas, sem qualquer sentido. Era como se o poeta em mim andasse perdido, à deriva, sem rumo. As frases saíam desconexas, sem alma. Por mais que tentasse, faltava-me sempre algo, como se as palavras nunca fossem suficientes para traduzir o que sentia.
Escrever sobre sentimentos? Isso então era um desafio maior. Como é que se colocam momentos, olhares, sorrisos, em folhas de papel? Como é que se traduz o que o coração guarda em silêncio? Não sabia como fazer. Mas, mesmo sem saber, aprendi.
Se queria? Honestamente, não sei. Só sei que escrevi. Deixei as palavras fluírem, soltas, à procura de sentido, como quem tenta domar um mar revolto.
Porque, na verdade, sempre fui um menino encantado pela vida, mas um homem apaixonado desde o momento em que te vi pela primeira vez. Cada detalhe teu ficou gravado em mim, como uma marca indelével, e foi esse encanto, essa paixão, que me ensinou a escrever, que me deu a força para encontrar as palavras que faltavam.
Agora, cada vez que escrevo, é como se estivesse a reviver o primeiro dia em que os nossos olhares se cruzaram. A cada palavra, a cada verso, é como se estivesse a dizer-te, mais uma vez, o quanto és importante para mim. Porque, no fundo, foi contigo que aprendi o verdadeiro significado de escrever sobre amor.

  • Filipe Miguel

Deixe um comentário