Hoje, a saudade bateu-me à porta. Senti-a a invadir-me, aquela vontade de te ter por perto, mesmo sabendo que estás longe, muito longe. O mundo parecia mais vazio, como se faltasse algo essencial, e essa falta és tu.
Olhei para o céu, e percebi que não é assim tão distante. Está ali, logo acima, ao alcance da mão. Só que, entre mim e ela, há nuvens. Nuvens leves, feitas de algodão, que parecem estar lá para amparar qualquer queda, para suavizar este sentir que às vezes se torna pesado.
Hoje, a saudade é uma presença constante. Instalou-se em mim, como um hóspede que chega sem avisar e decide ficar. A nostalgia acompanha-a, e eu, preso neste turbilhão de emoções, vejo a minha mente a saltitar de um pensamento para o outro, como se estivesse perdida, à procura de ti.
Sinto tanto a tua falta. E é como se, de alguma forma, a tua presença tivesse descido à Terra, vindo até mim, envolta nesta saudade que me aperta o peito. A vida é tão fugaz, escapa-nos por entre os dedos, e eu, por mais que quisesse, não sou capaz de te dar vida novamente.
Por isso, deixo que a saudade te traga até mim. E guardo-te, como posso, em versos que escrevo com o coração apertado. Versos perfumados a jasmim, aquela flor que me lembra a tua presença delicada, e que, tal como tu, continua viva na minha memória.
- Filipe Miguel

Deixe um comentário