Toma-me nos teus braços, com a mesma força de quem não quer deixar ir. Sente o meu corpo junto ao teu, enquanto o mundo lá fora se desdobra em silêncio. Beija-me com a luz suave da lua como testemunha, deixando que o frio da noite se desfaça no calor dos nossos lábios. Sinto o teu olhar a despir-me, sem pressa, na rua deserta onde o frio nos envolve, mas onde só consigo sentir o teu desejo.
Abraça-me sob este luar que pinta de prata o nosso encontro. Estou despido, não só das roupas, mas de todas as defesas, nu perante ti, entregue. Deita-me sobre as ondas do mar, deixa que o seu murmúrio se misture com a tua voz. Faz-me teu, sem reservas, sem medos.
Dança comigo entre os pingos da chuva, que caem como notas de uma música que só nós conseguimos ouvir. Cada gota que nos toca é um compasso desta dança íntima, onde o tempo deixa de ter importância.
Ama-me desse teu jeito único, onde a paixão e a ternura se encontram. Vamos esquecer a razão por um momento, deixar que o coração guie os nossos passos nesta noite infinita. E, quando o cansaço nos alcançar, adormece sobre o meu peito. Ouve o bater do meu coração, que ressoa por ti, como um segredo que só a tua presença pode desvendar.
- Filipe Miguel
Filipe de Luar 
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