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Poemas do Coração

Hoje perguntaram-me se a poesia só fala de amor. Fiquei a pensar por uns instantes, deixei a pergunta ecoar na minha mente. E de que mais se deveria falar? Confesso, não sei escrever sobre outra coisa. É como se o amor me corresse nas veias, alimentando cada palavra que nasce em mim, como um rio que nunca seca, sempre a desaguar em sentimentos que não consigo conter.
O amor, esse sentimento que me prendeu nas suas teias, que me envolve como um cobertor quente numa noite fria. Tento escapar, mas é impossível. Parece que tudo à minha volta me faz lembrar desse amor que me consumiu, que me devora por dentro. Não é o amor que tudo move? Não é ele a força maior que nos faz continuar, que nos levanta nos dias em que tudo parece desmoronar?
O amor faz-me chorar, faz-me sorrir, dá-me força e ao mesmo tempo, tira-ma. Abraça-me, mesmo quando não peço, mesmo quando tento resistir. E se a poesia só falar de amor? O que será de nós? Vão prender os amantes, os sonhadores, aqueles que acreditam que o amor pode salvar o mundo? Pois que me prendam a mim já, porque há muito que o amor é a minha inspiração, o ar que respiro, o meu escape, a minha rendição.
Prendam-me agora, antes que a noite me roube mais palavras, antes que as estrelas inspirem outro poema, mais um, sobre este amor que não me deixa em paz. E ainda assim, que outra coisa vale tanto a pena escrever?

  • Filipe Miguel

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