Naquela noite de luar, o meu coração encontrou o teu, e foi como se o universo inteiro tivesse parado para testemunhar aquele momento. A luz da lua banhava tudo com um brilho suave, quase mágico, e nós, sem sequer hesitar, embarcámos juntos numa aventura que mal podíamos imaginar.
Lembro-me de nós dois, como se fosse hoje, a deslizarmos pelo mar calmo, num pequeno barco que parecia flutuar no tempo, à deriva. A água, quase prateada sob o reflexo do luar, murmurava canções antigas enquanto o vento, gentil e brincalhão, nos empurrava suavemente, como se soubesse exatamente para onde nos levar.
Desde essa noite, nunca mais ninguém nos viu. Continuamos a navegar, sem pressa, deixados ao sabor das marés e guiados por uma brisa que nos sorri a cada curva do horizonte. Não sabemos para onde vamos, mas também não precisamos de saber. Há algo de libertador nesta viagem interminável, onde o desconhecido é o nosso único destino.
Espero que o amor, que nos uniu e nos lançou nesta jornada, continue a alimentar a nossa alma, a cada passo, a cada nova onda que cruzamos. E que tudo o resto, todos os pequenos desafios e inquietações da vida, dancem ao ritmo sereno de uma canção que só nós dois conseguimos ouvir.
Enquanto estivermos juntos, ao sabor da emoção que nos guia, sei que não há tempestade que nos possa abalar, nem corrente que nos possa desviar. A nossa viagem continua, e cada dia é uma nova melodia que o vento nos traz, convidando-nos a dançar pela eternidade.
- Filipe Miguel

Deixe um comentário