No meu corpo nascem flores, como se a primavera se instalasse em mim, trazendo vida e cor a cada passo que dou. Caminhando por um jardim repleto de aromas e texturas, sou as cores vibrantes que te cativam e prendem-te, como se fossem um convite irrecusável para mergulhar na beleza da existência.
Quando chega o verão, sinto o calor do sol a acariciar a minha pele. É uma sensação tão intensa que me faz querer mergulhar nas águas cristalinas, todos os dias, ao amanhecer, como se cada gota do mar quisesse beijar-me e beber da minha essência. O som das ondas, ritmado e suave, traz-me uma calma profunda, uma conexão com a natureza que me envolve.
No outono, transformo-me nas árvores que se despem lentamente, deixando cair as folhas em tons de laranja e dourado. É um espetáculo melancólico, mas bonito, que me lembra que também nós, por vezes, precisamos de nos libertar do que já não nos serve. Sou a estrela que brilha no céu, oferecendo-te o meu modo de ser, o meu sorriso sincero, iluminando a escuridão com a minha luz.
Ao fim do dia, sou o inverno que se aproxima, trazendo consigo o frio que percorre a minha alma. Sinto o ar gélido a entrar nos meus pulmões, mas ao mesmo tempo, a tua presença é como um calor doce que me abraça, aquecendo-me por dentro e trazendo-me a calma que tanto anseio.
Sou amigo do Sol e da Lua, dois astros que me fazem companhia nas noites tranquilas e nos dias ensolarados. Acordo na mesma rua onde mora a alegria, e a cada esquina descubro um pouco mais sobre mim.
Em cada estação, sou eu mesmo, um pouco de tudo e de nada, como as mudanças da natureza. Sou menino e sou homem, sou a vida em toda a sua plenitude, um eterno apaixonado pelas pequenas e grandes maravilhas que me rodeiam.
- Filipe Miguel
Filipe de Luar 
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