O nosso amor, alguma vez existiu? Pergunto-me isso enquanto me perco na escuridão da noite, as estrelas brilhando como testemunhas silenciosas do que vivemos. Será que o teu coração alguma vez sentiu-me verdadeiramente? Lembro-me dos momentos em que os nossos olhares se cruzavam, das trocas de sorrisos que pareciam prometer um futuro, mas que, na realidade, deixaram apenas um eco de dúvidas.
O teu desejo, alguma vez pediu-me? Sinto a falta da tua presença, da intensidade da nossa ligação. Por vezes, imploro às estrelas que me tragam respostas concretas, respostas que sejam certas e que possam substituir aquelas que, tantas vezes, foram vagas e abertas, repletas de incerteza. Recordo-me das palavras que um dia me deste, como se fossem promessas, mas que se desfizeram no ar, deixando um vazio.
Não sei exatamente o que te fui, mas sei o que me foste. A verdade é que, ao olhar para trás, percebo que naveguei por um rio cheio de emoções, um curso que ultrapassou obstáculos e dificuldades até te encontrar. E, neste instante, com a brisa a soprar suavemente, sinto uma mistura de nostalgia e esperança. As ondas desse rio podem ter-me levado a lugares desconhecidos, mas sempre me conduziram até ti. A saudade aperta no peito, mas a memória do que vivemos continua viva, como uma chama que se recusa a apagar.
- Filipe Miguel

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