Não há mulher perfeita, tal como também não há homem perfeito. Mas é na junção de dois seres imperfeitos que se encontra a verdadeira magia de um relacionamento. É na aceitação mútua, no entendimento profundo das falhas e vulnerabilidades de cada um, que se constrói algo especial. A solidão humana é uma realidade que todos enfrentamos, mas quando encontramos alguém que a compreende sem nos fazer sentir isolados, a solidão transforma-se em companheirismo.
Estar presente é muito mais do que simplesmente estar ao lado. É estar atento, é perceber as nuances, é oferecer um ombro quando é preciso e dar espaço quando é necessário. Um casal feliz não é um casal perfeito; é um casal que sabe que as desculpas sinceras e a paciência são pilares fundamentais. Esta dança delicada de pedidos de desculpas e gestos de compreensão é o que realmente molda a perfeição dentro da imperfeição. É neste casamento de ideias e sentimentos que reside a verdadeira perfeição de um casal.
Para que um casal seja feliz e completo, é necessário que haja um encontro de vontades e desejos de ambos. Não podemos procurar alguém que corresponda às nossas expectativas sem antes nos questionarmos sobre o que temos a oferecer. Sempre ouvi dizer que atraímos aquilo que somos. Se formos pessoas bondosas, gentis e compreensivas, atrairemos pessoas com as mesmas qualidades. É a lei da natureza no seu estado mais puro.
Manter uma relação nos dias de hoje é, por vezes, um verdadeiro desafio. Precisamos de ser flexíveis, como um elástico que ora se estica, ora relaxa. Devemos ceder e ajustar, limando arestas e encontrando aquele encaixe que, com o tempo e paciência, se torna quase perfeito. Vivíamos, antigamente, numa sociedade marcada pelo machismo, onde apenas uma voz imperava. Felizmente, os tempos mudaram, mas as relações ainda enfrentam desafios modernos. Hoje, vemos casos em que as dinâmicas de poder se invertem, e isso também requer ajustes.
Acredito firmemente que uma relação deve assentar na confiança e na franqueza de ambas as partes. Os esforços devem ser recíprocos, porque não conheço relações em que tudo seja tão certinho e premeditado como uma fórmula matemática. Manter um relacionamento exige empenho, a capacidade de pedir desculpa, de perdoar e a vontade de ceder em alguns casos, apenas para evitar que as emoções se transformem em reações que nos levem a lugares indesejados. Acima de tudo, todos precisamos de muito amor e respeito mútuo.
Pensemos nas pedras preciosas que, para atingirem o seu verdadeiro brilho, precisam de ser lapidadas. Da mesma forma, nenhuma relação nasce perfeita. É através do trabalho conjunto, do compromisso e do amor que se alcança a verdadeira beleza de uma união. O amor, esse sentimento poderoso, com a sua capacidade de suportar tudo e permitir que, com o tempo, nos aperfeiçoemos e nos encaixemos cada vez melhor um no outro. É um caminho duro, mas imensamente gratificante.
Lembrem-se sempre: uma relação é uma construção a dois. É como um tango, que se dança em par. Não há espaço para maratonas solitárias em que um corre por ambos. Isso não funciona. É na parceria, na dança conjunta, que encontramos a verdadeira harmonia.
Então, sejamos flexíveis, compreensivos e, acima de tudo, amorosos. Porque, no final do dia, o que todos precisamos é de muito amor e respeito mútuo.
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Filipe de Luar 
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