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Marcas do Passado

O corpo estremece, o coração acelera, e cada fibra dos meus sentidos parece vibrar com a intensidade do momento. O rolar dos nossos corpos, essa dança íntima e avassaladora, promete um êxtase que mal consigo descrever. Quando tudo passa, ficamos com marcas que o tempo, implacável, não consegue apagar. São marcas dolorosas, mas que ainda exalam os momentos intensos que vivemos outrora.
— Ah, Paixão — murmuro, enquanto os meus pensamentos perdem-se nas memórias do que fomos. — Se eu pudesse voltar àqueles momentos, experimentar-te-ia de novo sem hesitar. — Os meus olhos brilham com uma saudade profunda, misturada com a sabedoria amarga do que aconteceu.
— Estaria mais preparado agora — continuo, como se falasse diretamente contigo. — De coração blindado, protegido contra as feridas que me infligiste sem querer. Talvez assim pudéssemos viver o que temos sem o peso do compromisso, sem as expectativas que tanto nos magoaram.
Uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto. Não é de tristeza, mas de uma melancolia serena, um reconhecimento da beleza e da dor do que partilhámos. Porque, apesar de tudo, cada momento contigo foi uma mistura única de alegria e sofrimento, uma intensidade que raramente se encontra.
— Sabes — digo, quase como se estivesses aqui ao meu lado —, nunca me arrependerei do que vivemos. Foram esses momentos que me moldaram, que me ensinaram a sentir com mais profundidade e a amar com mais verdade.
O vento suave entra pela janela, trazendo consigo o aroma das flores que tanto gostavas. Fecho os olhos e deixo-me envolver pela memória do teu sorriso, da tua voz doce que tantas vezes me acalmou.
— Talvez um dia, em algum lugar — sussurro para mim mesmo —, possamos reencontrar-nos. E, quem sabe, viver essa paixão de um modo mais sábio, mais sereno. Até lá, guardo-te no meu coração, com todas as marcas e cicatrizes que me deixaste. Porque, no final de contas, cada uma delas é um testemunho do amor profundo que partilhámos.
Fico em silêncio, sentindo a presença da tua ausência, e deixo que as memórias me envolvam como um abraço caloroso. Neste momento, sou apenas gratidão por tudo o que fomos e por tudo o que, de uma forma ou de outra, ainda somos.

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