Quem nunca perdeu o chão? Quem nunca olhou para si e viu apenas um grande vazio? A vida, por vezes, é inconstante e incerta. É uma luta diária que consome e corrói o centro vital da nossa existência. É uma sensação angustiante e deprimente que causa um nó na garganta. Uma sensação que nos tira quaisquer expetativas que ainda pudéssemos ter. É uma sensação sufocante, como se estivéssemos com falta de oxigénio. Uma sensação que nos deixa pálidos e com a visão embaçada.
Todos nós já perdemos o chão um dia. Quem não o perdeu ainda, um dia vai acabar por o perder. Esta não é mais uma frase feita, mas uma dura realidade constatada ao longo dos tempos, que serve para aprendermos a não cometer os mesmos erros do passado. Se dói cair? Dói! Custa quando se cai, mas o reerguermos da queda torna-nos mais fortes e imunes às quedas que possam vir a acontecer, ficamos mais preparados para, depois de todo esse rol de tristezas, mazelas e dores, enfrentarmos a vida com mais resiliência.
Cair todos caímos. Isto é algo que acaba por acontecer um dia com todos nós. Não há volta a dar! Choramos. Gritamos. Sofremos. Passamos mal. Ficamos noites sem dormir. Ficamos sem vontade de nada, nem para nada, mas com o passar do tempo, tudo vai passando e, quando passa, sentimo-nos mais preparados se algum dia cairmos noutro chão. Se cairmos, caímos de forma mais segura, mais estável e com outra resistência à queda. No fim, acabamos por achar que foi a melhor coisa que nos aconteceu! Acabamos por pensar: ainda bem que perdi e caí naquele chão! Ele não se encaixava em mim, mas este… Este, sim, encaixa-se na perfeição. Este chão é mesmo à minha medida!
Basta pensar positivo. Há por aí muito chão bom que não pertence a ninguém, e um deles pode ser o nosso. Nós, por vezes, damos demasiado de nós e quebramos todos os nossos limites, porque pensamos que no amor não há limites, mas há! Existem limites para tudo nesta vida. Até para o Amor! E esses limites têm que ser definidos por nós. Nós somos o nosso próprio limite.
Só nós sabemos até onde podemos ir!
Só nós sabemos até onde podemos aguentar!
Só nós sabemos o que sentimos!
Só nós sabemos.
As relações são um complemento, mas nunca nos devem anular. Quando isso acontece, é porque nos deixámos ser anulados. Há que aprender a viver com mais limites. Saber e entender essa linha dos limites. Assim saberemos respeitar-nos e seremos muito mais felizes.
Quando algo se vai embora, é porque não estava destinado a ser nosso! Às vezes, temos que perder para dar valor e entender que, quando se perde, também há finais felizes! Quando perdemos o chão, achamos que a vida perde o sentido e a cor. Pensamos que já nada mais vale a pena e queremos desistir de ser o que somos e quem somos. Não há nada pior do que isto! Quando isto acontece, é porque já não acreditamos mais naquilo em que sempre acreditámos. Vai ser preciso reconstruir novamente todos os alicerces que ruíram, e, por vezes, isso leva muito tempo. É preciso acreditar outra vez, e é quase impossível, às vezes, voltar a acreditar. É preciso esquecer o inolvidável que volta sempre à memória. O tempo vai passar, e, com o passar do tempo, ele vai amenizar o coração e a alma.
A vida não para. A vida tem de seguir o seu caminho para podermos viver outras vidas. Outras vidas que nos esperam mais à frente no caminho. Só temos que estar preparados para voltarmos a abrir a porta e deixarmos entrar. Esquecer? Impossível! Perdoar? Há perdões que não merecem ser concedidos. Há perdões que temos de atá-los a uma pedra e atirá-la para o fundo do mar.
Quando perdemos alguém, pensamos que nunca mais vamos encontrar ninguém ou que se algum dia voltaremos a amar. Acabamos por nos isolar no nosso canto e perdemos a vontade de tudo. E pensamos! Porquê? Porquê comigo? Que mal fiz eu? Será que eu merecia tudo isto? Ficam estas dúvidas todas a pairar no ar. A pairar sobre a nossa cabeça. Mas a vida não para, ela continua, mesmo que nos custe e cause alguma dor. Mas tudo passa e apenas ficam as memórias dessa pessoa. E, com o tempo, quando as dores sararem, podemos depois até nos rirmos, e mesmo que outra pessoa se cruze na nossa vida e tivermos que passar pelo mesmo, nós aguentamos, porque somos fortes e temos que acreditar que tudo o que acontece não é por acaso. Tudo vem para nos fortalecer mais ainda. E sejamos positivos, algo melhor virá.
E, nesses momentos de desespero e dor, é importante lembrar que não estamos sozinhos. Há sempre alguém que se importa, alguém que está disposto a ouvir, a oferecer um ombro amigo, a caminhar ao nosso lado. Às vezes, tudo o que precisamos é de um abraço, de uma palavra de conforto, de um gesto de carinho. E esse apoio, essa conexão humana, pode fazer toda a diferença. Juntos, podemos encontrar forças que sozinhos não conseguiríamos. Juntos, podemos superar as dificuldades e encontrar novos caminhos, novos horizontes. Não tenhas medo de pedir ajuda. Não tenhas vergonha de mostrar a tua vulnerabilidade. Porque é na partilha que encontramos o verdadeiro sentido da vida, o verdadeiro significado do amor.
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