Não procures escolher o amor, não desperdices o teu precioso tempo a escolher o que não podes escolher. No amor, é ele que nos encontra. Ninguém escolhe a quem amar. Ninguém controla o amor. O amor é quem nos leva em direções que muitas das vezes não prevíamos seguir; é ele quem nos encontra, quem nos escolhe e nos dirige. Quando o amor chega, ele toma conta de nós.
Imagina, que procuramos um lar aconchegante para morar. Assim é o amor. Ele também escolhe a sua casa — o nosso coração — para residir. Somos apanhados de surpresa, e quando é para acontecer, simplesmente acontece. Não há desejos ou flechas de cupidos. Se é para acontecer, acontece. O coração manda, e nós obedecemos.
O amor não escolhe pelas aparências e muito menos pelos bens materiais. O amor escolhe pelo coração. O coração é sempre a porta de casa do amor. Amar requer coragem para seguir o caminho. É preciso cuidar, respeitar, dedicar tempo ao outro e, por vezes, mudar. Ou melhor, ceder em alguns aspetos. É preciso limar arestas de parte a parte, e para isso, tem de haver disposição de ambos os lados para concessões. Sem isso, a porta fecha-se, e quando se fecha, será mais difícil de voltar a abrir.
Temos de nos respeitar e cultivar uma amizade. O amor também é amizade. O amor nasce e cresce numa amizade; não há outra forma. Sem amizade, não existe amor!
Amar não requer perfeição, sabedoria ou inteligência. O amor não escolhe o ser mais bonito ou o que agrada aos olhos. Ele escolhe quem faz o nosso coração palpitar, quem faz o nosso coração acreditar!
Tristes são aquelas pessoas que acreditam precisar ser bonitas, jeitosas ou ricas, como se fossem ‘top models’, para obter o amor de alguém, para que vejam algo de especial nelas. Triste é serem obrigadas a submeterem-se a essas superficialidades para não continuarem com uma vida miserável. Na verdade, isso não é amor. Isso é ter um prazo de validade de um “amor-físico-social”!
E agora perguntas tu: — O que é um “amor-físico-social”?
Respondo eu: — Um “amor-físico-social” não é mais que alguém que procura por outro pelo seu físico e pela sua classe social. É como fazer uma lista de desejos ou a lista das compras do supermercado. É um amor de desejos e tentações controladas, mas coberto de armadilhas e com um curto prazo de validade.
Nesta vida, existe mais amor além de quem procura o seu “amor-físico-social”. Felizmente, são mais os que procuram pelo seu Eros e pela sua Afrodite. Claro que sempre haverá quem ande atrás das pessoas que amamos. Por vezes, pessoas bem mais bonitas e jeitosas que nós. Mas se as amarmos e lhes dermos todo o amor, atenção e carinho que merecem, além de tudo o que uma relação precisa, não haverá necessidade de ciúmes, porque certamente elas não sentirão falta de mais nada. O que importa é o sentimento que nos une e que nos liga. E é essa ligação que mais importa!
Amem com o coração e sejam felizes!
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Filipe de Luar 
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