Eu sou assim. Não é que eu fuja do palco ou evite ser o centro das atenções, é só que a timidez faz parte de quem sou, uma característica da minha personalidade. Não tenho pressa para falar, mas quando o faço, cada palavra é escolhida com cuidado, carregada de significado, como se cada sílaba contasse uma história única e especial.
Não é por falta de vontade que mantenho este manto de silêncio que me envolve. É que, de alguma forma, sinto que as pessoas podem entender mais sobre mim do que eu próprio consigo exprimir. Gosto quando conseguem ler nas entrelinhas, quando decifram os meus pensamentos antes mesmo de eu os verbalizar. É como se o meu coração encontrasse uma forma de se comunicar para lá das palavras.
Quando escrevo, é como se eu me despisse por completo. É como se as minhas emoções fluíssem diretamente do meu coração para o papel, revelando sonhos e desejos que, por vezes, nem eu mesmo tenha plena consciência. A minha timidez não é uma barreira, mas sim uma ponte para um mundo de emoções profundas, um amor que ultrapassa os limites do entendimento comum.
De vez em quando, admito que posso ser um pouco aborrecido com o meu jeito reservado. Mas se olhares nos meus olhos, encontrarás tudo o que não consigo exprimir em palavras. Ali está a essência de quem sou, os sonhos que habitam na minha alma e a imensidão do meu amor, que ultrapassa até o próprio universo.
Por isso, mesmo nos dias em que me vejo como uma chatice com a minha timidez, lembre-te de que existe todo um universo dentro de mim, ansioso por ser explorado, compreendido e acarinhado.
Deixa-te guiar pela profundidade que vai para lá das palavras.
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Filipe de Luar 
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