No meio dos nossos próprios desdobramentos emocionais, emerge uma verdade universal incontestável: “Só não sofre quem não sente.” O inevitável ciclo de sentimentos que experimentamos, por vezes, leva-nos ao território doloroso do sofrimento. É como se quem mais se entrega às nuances da vida é também quem mais enfrenta as tempestades emocionais.
Não somos o arquiteto das dores que enfrentamos, pois, ninguém escolhe querer sofrer. É algo que se insinua na vida, mais cedo ou mais tarde, como uma visita indesejada. Curiosamente, percebemos que quanto mais nos entregamos às nuances emocionais, mais intensamente sentimos o peso do sofrimento. Esta é a verdade que pulsa em cada batida do nosso coração.
A dor não é uma escolha consciente; é um desafio imposto pela existência. Reconheço que a possibilidade de sofrer é grande, mas a vontade ardente de ser feliz é ainda maior. Em meio às adversidades da vida, pondero sobre a valentia de correr o risco pela busca incessante da felicidade, esta entidade que se revela nas simplicidades quotidianas.
A vida, é um território marcado pelo risco. E no palco deste constante jogo de apostas, vejo o ato de arriscar como a mola propulsora para a busca da felicidade. É uma escolha consciente de preferir enfrentar o possível sofrimento futuro a privar do risco, apenas para mais tarde lamentar não termos tentado. Assim, a verdadeira magia da vida desenha-se nos contornos do risco bem calculado e na responsabilidade de forjar o nosso próprio destino.
A entrega ao amor, é algo que faz todo o sentido no tecido complexo das emoções, nem sempre encontra reciprocidade nas duas partes. No entanto, o amor é inseparável do sofrimento, é uma dança complicada na qual permitimos envolver sem medo do desconhecido. Amar intensamente, mesmo sabendo que o desfecho pode não ser a realização plena, é um testemunho da coragem e resiliência, e uma aposta no inexplorado terreno das emoções.
Acredito firmemente que o amor e a felicidade estão ao alcance de todos nós, ou pelo menos assim esperamos. Esta crença é a luz que guia os nossos passos na viagem intensa das emoções. No vasto universo dos sentimentos, até as nuances menos positivas desempenham um papel crucial. São os sentimentos, com a sua riqueza e complexidade, que movem e dão significado ao mundo que habitamos.
Não podemos negar a existência de um mundo sem sentimentos. São eles que impulsionam a rotação deste planeta interior, mesmo quando as emoções menos positivas tentam desacelerar o movimento. Em cada batida do coração, percebemos que a vida é uma sinfonia de sentimentos, uma melodia que regemos a sinfonia da nossa própria existência. Mesmo que as notas nem sempre soem perfeitamente, sei que é através desta melodia que a verdadeira essência da vida se revela.
A vida, para mim, sempre foi um complicado equilíbrio entre o desejo de me proteger e a necessidade de me ligar com o mundo ao meu redor. Acredito firmemente que ficar fechado e isolado numa caixa é como negar a essência humana, uma espécie de rebeldia contra a natureza que nos dotou de uma capacidade única de influenciar positivamente a sociedade.
Aprender a distinguir entre aqueles que podem magoar e os que podem trazer momentos positivos é uma tarefa complexa, mas crucial para o crescimento pessoal. Viver plenamente implica aceitar todos os sentimentos, sejam eles de alegria ou de dor, pois cada um carrega consigo um propósito e um significado específico.
Ao longo do tempo, a reserva que carregamos evoluiu para um isolamento mais profundo, uma concha protetora que talvez, nos afaste mais do que pretendemos. O pior é que, ao permanecer frio por muito tempo, acreditar na possibilidade de felicidade torna-se uma tarefa árdua. E quando, eventualmente, abrimos o coração novamente, o medo da dor passada transforma-me num ser mais frio, mais distante, como se trancasse num cubo de gelo emocional.
Não queremos ser essa pessoa fechada e isolada. Temos de aprender a desvendar a casca que construímos ao nosso redor, aspirando a ser uma pessoa mais aberta, mais espontânea. Se algum dia irá conseguir, ainda é incerto, mas acredito que vale a pena tentar, que vale a pena o esforço.
A luta pela felicidade, tornou-se o epicentro da nossa existência. Mesmo com a incerteza do sucesso na nossa caminhada pela felicidade, compreendemos que o mais importante é persistir nessa busca, é lutar diariamente para alcançar o máximo de felicidade que podemos e merecemos.
Entre a reserva que nos caracteriza e a aspiração por uma vida mais plena, empenhamos em desafiar as barreiras que nos impedem de ser verdadeiramente felizes. Mesmo que o caminho seja íngreme e repleto de incertezas, devemos de alguma forma desafiar a apatia do isolamento e dando espaço para que a alegria e o amor se manifestem na vida.
A dor é tão natural à experiência humana quanto a felicidade. Ambas contribuem para moldar a complexa tapeçaria da pessoa que nos tornamos, mas a importância de não permitir que a dor assuma o controlo total. Quando tal sucede, o mundo à volta transforma-se num cenário cinzento, fechado e gélido.
A complexidade do ser humano, incluindo a sua própria tendência para temer a solidão e a sua própria sombra, é algo que nem sempre é fácil de compreender. Por vezes, parece que fugimos da nossa própria companhia, evitando momentos a sós.
Contudo, é neste mundo muitas vezes cruel que encontramos as raízes da nossa humanidade. Cada momento, seja de alegria ou tristeza, contribui para a teia entrelaçada que é a nossa existência. Estes sentimentos coexistem e caminham lado a lado, desafiando-nos a fazer escolhas sobre a quem daremos a nossa mão.
A vida, é verdadeiramente um mosaico de escolhas e sentimentos, dos quais somos os comandantes. Embora nem sempre façamos as escolhas certas, é imperativo aprender e ter a sabedoria de não desistir dos nossos sonhos. Seguir a voz do coração e dos sentimentos que habitam em nós torna-se a bússola que nos guia através deste labirinto de decisões.
Sinto que há alguém especial, aguardando pacientemente num local único, ansioso por encontrar um lugar especial no nosso coração. E é por esse alguém que vale a pena enfrentar o medo e lutar. O verdadeiro valor reside naquilo em que acreditamos, nas batalhas que travamos e nas pessoas que amamos. É nesta tríade que encontramos a essência do nosso propósito e da nossa identidade.
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